quinta-feira, 1 de julho de 2010

VIOLÊNCIA ACONTECE

Como um grande comodista que sempre fui, costumava resistir às mudanças. E o meu lado turrão batia pé com a mais absoluta certeza.
__ Eu não preciso de computador. A gente sempre trabalhou sem isso, pra que eu quero essa merda?
Querendo eu ou não, implantaram os computadores na agência inteira, e quando eu mudei de agência lá estavam os desalmados, e era pra toda a vida. Pois numa determinada agência em que trabalhei, resolveram extrapolar. Implantaram um software “fuderoso” que controlava a agência inteira, do pedido de trabalho até o faturamento. Você não conseguia colocar um anúncio no jornal se não dominasse aquele maldito sistema.

No primeiro dia, disseram que a gente ia fazer um curso. Dividiram os empregados em grupos e me perguntaram em que turma eu preferia ficar.
__ Me dá o primeiro horário, que o bicho tá pegando.
Às oito da manhã, o instrutor começou pelo seguinte:
__ Em sete dias vocês dominam isso.
Depois declinou uma série de termos incompreensíveis, pelo menos pra mim. Ato contínuo, larguei a “aula” pra lá e fui cuidar da minha vida. Não sem antes comentar com um diretor que se demorava sete dias para aprender, não podia prestar. Acontece que aquele troço tinha custado uma nota e a diretoria não ia abrir mão dos benefícios de controle financeiro que ele proporcionava.

Como sempre existe uma solução na vida da gente, a minha estagiária estava aprendendo a mexer com o software e eu deixava a burocracia por conta de toda aquela ansiedade pelo saber. Mas ela ainda não estava dominando tudo. Foi quando o instrutor entrou na nossa sala, viu que ela tinha dado um comando errado e simplesmente desligou o computador da tomada. Ela ia ter que começar todo o exaustivo processo de novo, o que envolvia um anúncio para ser entregue naquele mesmo dia. Pulei da cadeira feito um bicho e saí esbravejando atrás dele. Percebendo que a violência não ia ficar só no verbal, ele correu escada abaixo comigo xingando atrás. Mais tarde, um diretor acompanhou o trapalhão até a minha sala para que ele pedisse desculpas. Não aceitei. Jamais aceitei, mas voltei a ser calmo.
Aí você pergunta: você fez isso porque era bipolar? Eu não era, eu sou. A personalidade não muda, o que muda é a intensidade das emoções. Talvez, se eu não estivesse tomando meus remédios, criasse um problema muito mais grave. Talvez também não readquirisse a calma.

3 comentários:

  1. Fui diagnósticada como bipolar,mais as vezes tenho dúvidas,sei que cada caso é um caso,mais gostaria de saber quais são os seus principais sintomas na depressão e na euforia.

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  2. Outra pergunta um pouco indiscreta:Nas crises vc era violento,tinha alucinações e delirios ou tinha pensamentos violentos?

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  3. Acontece...

    Bom, vou parando de ler seu blog por aqui, por hoje. Preciso estudar que amanhã tenho prova da faculdade. Gostei daqui, vou seguir, mas digo logo, quero ver produção!!!! KKKKKKKKKKK Mal cheguei e já tô cobrando, vê se pode.

    Queria dizer ainda três coisas, primeiro queria pedir que você lesse um poema que fiz sobre o amor bipolar, chama-se "amor bipolar" (KKKK):

    http://mente-hiperativa.blogspot.com/2010/05/amor-bipolar.html

    Segundo queria dizer que logo em breve publicarei dois textos sobre bipolaridade: 16/12 - Incertezas de um bipolar 19/12 - Amor entre bipolares.

    E por fim queria deixar meu email pra contato:

    mentehiperativa@gmail.com


    Amanhã passo aqui pra ler mais... minha Mente é Hiperativa!!!

    Abraço

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