quarta-feira, 7 de julho de 2010

NADA É FÁCIL NESTA VIDA

A Koch Tavares tinha realizado o primeiro Hollywood Vôlei de Praia, em 1985, dentro de um profissionalismo inédito no Brasil para aquele esporte. E o patrocinador pediu, no maior entusiasmo:
__ Ano que vem vamos fazer Brasil x Estados Unidos. Os jogadores americanos tinham sido nossos algozes nas olimpíadas. Seria um tira teima.
As providências corriam a todo vapor, preparando aquele verão de 1986. Foi quando tarde da noite me ligou o Luis Felipe, da Koch Tavares.
__ Marcelo, os caras querem cancelar.
__ Cancelar o que, Luis?
__ O Vôlei, Marcelo. Eu já paguei mais da metade da conta, já mandei dinheiro para o agente americano, agora eles dizem que está caro e não querem mais fazer.
Eu não conhecia o novo gerente de comunicação da Souza Cruz, mas conhecia a psicologia da empresa, sobretudo o senso de justiça que norteava os negócios daquela época. Trocamos alguns telexes, fizemos uma reunião, abaixamos um pouco o preço: negócio fechado. E os americanos deram outro sabor à competição, foi um sucesso.

Pensa que acabaram os problemas? Veio o presidente da federação de vôlei, de dedo em riste, e ameaçou acabar com tudo se não fizéssemos o próximo com ele. Até que não foi tão ruim. A Souza Cruz saiu, mas entrou a Globo no lugar da Bandeirantes. A federação deu um gás e transformou a promoção em World Series, o esporte foi promovido em vários cantos do mundo e o que era uma brincadeira de praia virou esporte olímpico.

Mas, poucos anos depois, a Koch Tavares acabou perdendo o contrato de um esporte que começou com ela. Ficou só para a federação.

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