quinta-feira, 12 de agosto de 2010

INICIATIVA E AUTO CONFIANÇA

Pelo celular:
__ Pai, eles estão jogando pedras na gente. Tem um cara com um pedaço de ferro, já machucou o meu amigo.
__ O que foi, meu filho, o que está acontecendo, onde você está?
__ Numa festa, aqui perto do colégio, pai.
__ Sai daí correndo, pega um ônibus, um taxi, qualquer coisa.

Eram duas horas da madrugada, o garoto tinha ido a uma festa numa região razoavelmente perigosa do Rio de Janeiro, ele e os colegas não devem ter agradado os locais e deu no que deu. Por sorte só um deles sofreu um ferimento leve, conseguiram fugir.

E eu fico me questionando: com aquele telefonema, de um lugar não perfeitamente conhecido e distante, às duas horas da manhã, o que ele esperava que o pai fizesse?

Na minha juventude não havia celular nem orelhão. A gente saía à noite e, quando surgia uma briga, resolvia da melhor maneira nossos próprios problemas. Desenvolvíamos iniciativa, auto confiança e auto suficiência, algumas características que os bipolares costumam ter e que muitos outros também têm.

Será que os celulares estão reduzindo a nossa capacidade de fazer por nós mesmos?

5 comentários:

  1. Ótimo post. Creio que o problema não está no uso do celular, mas na dependência de terceiros. No caso em apreço, o garoto parece ter seus problemas sempre resolvidos pelo pai... razão pela qual recorreu a ele.

    Lembro-me de quando tinha 10 anos e meu me levou de ônibus a escola e depois informou que seria a primeira e ultima vez... Eu deveria ir e voltar sozinho. Eu aprendi! Confesso que peguei o ônibus errado uma ou duas vezes... mas no final deu tudo certo. rsrs

    Abraços.

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  2. Concordo com o seu pai em gênero, número e grau.
    Abs,

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  3. antigamente não havia celulares, orelhões, as pessoas tinham que pensar e tomar as atitudes por si so. Porém as brigas não eram no teor de hoje, com a tecnologica de hoje com o sentimento de poder de hoje. Brigava-se por garotas, ou por piadinhas e não gratuitamente.

    Sim sem dúvida a tecnologia nos deixa a mercedela, mas isos não quer dizer que a deixa as pessoas alienadas. seb-se lá se tentaram chamar a policia e não conseguiram e deu ocupado? estavam escondidos num lugar e ficar falando poderia entrega-los? e pediu ajuda a alguem de confiança para poder socorrer nem que fosse chamando a policia?


    quanto a liberar uma criança de dez anos para ir e vir da escola sozinho nos dias de hoje.... é quase negligenciar um momento importante e ainda dar chance ao azar.

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  4. Pôxa...difícil essa coisa de pensar sobre "qual o tamanho" da liberdade que damos aos filhos...para "provocarmos iniciativa e autoconfiança"...é mesmo perigoso, hoje em dia, mandar uma criança sozinha de ônibus 'a escola,como eu fazia, por exemplo, quando criança. Mas acredito também que essa super proteção transforma as crianças em adultos frágeis.
    Essa é uma resposta que não será respondida por ninguém.O celular não é culpado pela falta de iniciativa. Nem os pais.Os filhos "nascem prontos".Minha filha tem 4 anos, e é absurdamente diferente de mim.Cada pessoa vem ao mundo com um tipo de personalidade.E nós, pais e mães, estamos cada vez mais presos também a nossos filhos, da mesma forma, que eles, a nós.Porque o mundo É MESMO um lugar perigoso.E eles ainda tem esperança, e se assustam. Bjo.

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  5. Vou tentar explicar melhor meu pensamento:
    1. É claro que hoje em dia vivemos em cidades mais perigosas do que antigamente. Eu também podia andar por Belo Horizonte inteira com 10, 11 anos de idade. Hoje é mais complicado.
    2. Por outro lado, e o que eu vou comentar serve também para a vida adulta, uma coisa é você ter um problema para resolver e pensar, encontrar a melhor solução e tomar a iniciativa. A melhor solução pode ser ligar para alguém e perguntar, mas nem sempre.
    Outra coisa é você perder a capacidade de resolver seus próprios problemas porque anda com um celular ou um rádio no bolso e quem está do outro lado passa a ser uma muleta, um fator de insegurança.
    É certo que nós, bipolares, e não só nós, podemos ter certas características de personalidade como a iniciativa, a ousadia, até mesmo a temeridade. Mas, desde que nascemos, para o bem ou para o mal, temos um potencial a desenvolver. Por isso as empresas dão treinamento, por exemplo. Iniciativa, auto suficiência, auto confiança, até mesmo o instinto - tudo pode ser aprimorado. Não sou nenhum especialista mas, particularmente, acho que a telefonia móvel às vezes atrapalha.

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