segunda-feira, 28 de junho de 2010

VAMOS DISTRAIR UM POUCO: COFRINHO À MOSTRA

Você provavelmente assistiu esse filme, ou pelo menos ouviu falar. Numa pequena cidade do interior da Inglaterra, sob o lema de “informação, diversão e amizade”, um grupo de senhoras se reunia no Instituto das Mulheres, ouvindo palestras sobre a história das meias, como fazer cobertores, tudo que você sempre quis saber sobre brócolis e outras banalidades.

Até que o marido de uma delas morreu de leucemia e resolveram angariar fundos para o hospital local, que estava em petição de miséria. A idéia era fazer um calendário com doze mulheres do Instituto, uma em cada mês. Fotografá-las assando bolos, tricotando, ou o que mais costumassem fazer. Mas... nuas.

Elas entraram na dieta, fizeram ginástica, a notícia se espalhou e ficaram tão famosas a ponto de serem convidadas para um programa de TV em Hollywood, servindo de inspiração a muitas mulheres de meia idade pelo mundo afora. O hospital daquela cidadezinha agradece até hoje.

Pois bem, aconteceu em São Paulo, numa dessas super clínicas de estética e beleza. Um grupo de damas da melhor idade, que freqüentava a clínica regularmente, resolveu imitar as inglesas e fazer também o seu calendário, com um motivo não menos nobre: o netinho de uma delas sofria de uma doença difícil de curar – era preciso financiar as pesquisas para o tratamento.

Tomada a decisão, a clínica foi chamada a colaborar, a gerente chamou o atendimento da sua agência de publicidade que, sabendo do assunto, já carregou consigo um diretor de arte e um fotógrafo.
__ Trabalho voluntário, trabalho voluntário.

A reunião aconteceu num daqueles apartamentos cheirando a quatrocentos anos dos jardins de São Paulo. Lá estavam todas elas, inclusive a vovó do netinho doente. Só que tinha um problema: enquanto as inglesas eram senhoras de meia idade, ali pelos 40, 50 anos, talvez um pouco mais, aquele grupo da paulicéia já tinha dobrado o Cabo da Boa Esperança há muito tempo. Eram todas beneficiárias do Estatuto do Idoso.

Então, pensando em uma frase lapidar do filme inglês, “o último estágio da flor é o mais glorioso", diretor de arte e fotógrafo passaram a estudar ângulos e detalhes cenográficos que pudessem mascarar os maus tratos causados pelo tempo. Foi quando a nossa vovó levantou-se e perguntou:
__ Mas vai aparecer o cofrinho?

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