domingo, 13 de junho de 2010

PSIQUIATRA OU TERAPEUTA?

Uma vez cheguei no consultório do Dr. Ulisses Vianna Filho, um psiquiatra clínico. Eu estava meio deprimido e comecei a desfilar uma porção de problemas da infância. Não é que o mestre dormiu? Quando eu falei mais alto, buscando a sua atenção, ele deu aquela cabeçada de quem precisa acordar e falou:
__ É preciso saber se você está doente por causa disso tudo, ou se está lembrando disso tudo porque está doente.
E me tratou quimicamente. Carbonato de lítio, a partir do momento em que outros remédios me tiraram da depressão. O lítio só era ministrado quando a gente readiquiria o equilíbrio e, então, cabia a ele manter a estabilidade.

Hoje em dia, é comum o tratamento químico conjugado com a terapia. O sujeito pode ter problemas familiares ou no trabalho, pode ter dificuldades de adaptação à vida social, a terapia pode ser uma poderosa ajuda para a tão almejada estabilidade.

Mas, no meu caso, sem a química não dava.

6 comentários:

  1. Marcelo querido,

    A meu ver o remedio é um instrumento que possibilita a terapia.
    A terapia ira tratar a verdadeira razao da depressáo e tomando conhecimento das causas, podemos lidar com seus efeitos. É um combo..que ajuda gente..bjss Felicia

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  2. Oi,Marcelo,
    Acho que esse "combo" que sua amiga se refere deve ser maior ainda. Pois além da medicaçâo e da terapia , existem fatores que se tornam fundamentais como o apoio da família ( o entendimento e o controle da doença ), horas de sono bem dormidas , exercícios físicos... coisas que qualquer pessoa deveria fazer mas provavelmente não faz...para o bipolar seria ótimo se fizesse. Mas aindavejo como ponto principal o apoio familiar. O que vc acha,Marcelo?
    Bj,
    Gisa

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  3. Costumo repetir a toda hora: não sou médico, sou apenas um bipolar com a minha própria experiência. No meu caso, não foi preciso terapia, era um problema exclusivamente químico. Mas o que eu escuto os psiquiatras falarem é que, além dos remédios, a terapia é importante para ajudar no equilíbrio das relações familiares, sociais ou de trabalho. Afinal, tudo que desejamos é o equilíbrio. Eles também dizem que os exercícios aeróbicos e a boa alimentação ajudam bastante.

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  4. Esqueci de dizer das relações familiares. No seio da familia é onde nós queremos ser mais queridos, certo? Pelas mais diversas razões, às vezes isso não acontece. Mas quando a familia apoia o bipolar, quando ela percebe as suas oscilações e o convence ao tratamento, bingo! Ajuda muito.

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  5. Marcelo,
    sou bi polar e conto com outras comorbidades, como a sindrome de Boderline.
    Fiz terapia por dez anos e muito me ajudou, tb fiz e faço uso de alguma medicação isso me equilibra. No meu caso específico, não tenho família para me apoiar, portanto, foi importantíssimo a consciência da situação e de certa forma descaracteriza-la sem desrespeita-la.
    Gostaria de sugerir o meu blog, tem alguma coisa a ver com o tema do seu, Relatos de uma adicta, blogspot http://relatosdeumaadicta.blogspot.com/
    Estou apreciando o seu.
    Grata

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  6. "Não é que o mestre dormiu?"

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

    Eu ri com essa!!!

    Salvo engano essa passagem está no prefácio do seu livro né? Ou na introdução? Acho que lembro de ter lido esse trecho. Como disse não li o livro ainda, mas passei a vista nele quando estava na livraria cultura (Recife) certo dia, há uns meses pra ser mais exato.

    Bom essa dúvida (psiquiatra ou terapeuta?) me corroeu por MUITOS meses. Há dois anos que eu sofro, não sei ao certo se é Bipolaridade, TDAH, depressão pura ou qualquer outra coisa. Não sei. Mas há dois anos que venho lutando comigo mesmo e esse foi o tempo que precisei levar pra me aceitar e admitir que preciso de ajuda.

    Então por algum tempo eu me perguntei... Procuro um psiquiatra ou um psicólogo?

    Depois de MUITO pensar resolvi que seria mais pertinente um psiquiatra. Então após sua avaliação ele recomendaria, ou não, remédios e uma terapia adequada; sendo assim me entrego nas mãos dele.

    No semestre passado, quando tive problemas na faculdade e acabei abandonado-a e perdendo um semestre, resolvi que era a hora de buscar ajuda. Mas de repente, nas férias, tudo pareia ótimo, e eu curado. De novo aconteceu isso e eu achei que não precisava de ajuda, acabei então protelando o tratamento. Mas agora estou em outra crise e dessa vez não vou deixar passar, cansei de sofrer.

    Psiquiatra já!

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