quinta-feira, 7 de outubro de 2010

PERFECCIONISMO NÃO É BRINQUEDO NÃO

Minha mãe não tinha qualquer doença mental diagnosticada. Mas é certo que não era feliz. Vivia se danando com a limpeza da casa, com a imperfeição das empregadas, com o estilo de vida do meu pai, que era alegre e festeiro, com tudo que não estivesse limpo, perfeitamente organizado, com tudo que não estivesse de acordo com o seu próprio estilo de vida.

Cresci, naturalmente, sendo um misto dos meus pais. Herdei um pouco de cada e a minha esposa sofreu com isso, no início do casamento. De familia italiana bem típica, ela jamais foi um primor de organização e, lembrando as exigências da minha mãe, eu não aceitava uma escova de dentes fora do lugar, para citar só um exemplo. Todos sabem, no início do casamento é comum que se queira moldar o outro à nossa própria feição. Coisas de quem é jovem, coisas de quem ainda não entendeu perfeitamente a unicidade de cada ser humano.

Com o tempo, os casamentos se transformam em ligações duradouras, muito porque as partes aprenderam a ceder.

Mas o que eu queria dizer neste post, em síntese, é o seguinte: perfeccionismo dói. E pode até causar depressões desnecessárias. Quando a gente passa a aceitar nossos próprios defeitos e os dos outros também, pode ser que o trem não chegue no horário, mas a viagem é mais leve.

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