sexta-feira, 15 de outubro de 2010

COMO A GENTE SE ENGANA!

Quem já leu o meu livro sabe que eu era um turrão comigo mesmo. Não havia maneira de viver bem com as contrariedades - viessem do exterior ou da minha própria cabeça, dos meus preconceitos, das minhas posições irredutíveis. A vantagem é que, com o tempo e um pouco de esforço próprio, isso passa.

Só pra exemplificar, certa vez me deram um estagiário. E ele errava seguidamente. Chamei para uma conversa:
__ Você tem certeza que o seu negócio é publicidade?
__ Tenho, eu adoro publicidade.
__ Quem sabe seu pai não abre pra você uma loja de tecidos, não é o negócio da sua familia?
__ Não é isso, é que eu estou vivendo uma série de problemas particulares lá em casa...
Eu não quis saber. Subi pra falar com meu chefe e determinei.
__ Eu quero mandar o Fulano embora.
__ Marcelo, você simplesmente não pode mandar o Fulano embora.
Existiam lá uns assuntos de amizade que eu também não quis saber. Desci as escadas fulo da vida e não havia meio de tratar bem o coitado.

Pra encurtar a história: pouco tempo depois transferiram o estagiário para outro departamento, os problemas particulares foram sanados, ele foi progredindo, progredindo, progredindo - hoje deve ganhar o dobro do que eu ganho com pouco mais da metade da minha idade.

"No hard feelings". Ele é o rei da simpatia e ficamos muito amigos.

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