quinta-feira, 9 de setembro de 2010

MANIA 3

Mais importante do que descrever a mania, é saber porque ela aparece. Mais importante ainda é fazer o diagnóstico, saber que está na hora de procurar o médico.

Algumas vezes já falei que a minha última grande crise foi há mais de 15 anos. É verdade. Mas isso não quer dizer que assim, meio debaixo do pano, algumas crises de euforia não tenham colocado suas manguinhas pra fora. Aprendi a perceber os sinais. Quando eu não percebia, minha mulher estava atenta. E quando a gente vai ao médico logo no começo dos sintomas, fica fácil tratar, não é preciso interromper o trabalho, ninguém percebe.

Eu também já disse: excesso de trabalho, de agitação, falta de sono e/ou falha na administração dos remédios podem desencadear uma crise, pelo menos no meu caso. Algum fator sério de estresse também. É preciso estar sempre bem medicado.

Certa vez eu resolvi substituir o Rivotril, que tomo para dormir, por remédios naturais, ou que não fossem tarja preta. Fiz umas experiências e não fui bem sucedido.

Sabe aquele aparelhinho de matar mosquitos, que fica plugado num ponto de força, com uma luzinha vermelha acesa à noite? Eu uso ao lado da minha mesa de cabeceira. De repente comecei a achar que dentro daquela luzinha havia um pequeno ser, e eu conversava com ele como se fosse real. Bastaram duas noites.
__ Eu, hein?
Nem precisei contar pra minha mulher. Corri ao psiquiatra, bastou tomar uma caixa de um medicamento que eu ainda não conhecia, voltar para o Rivotril e pronto: a luzinha vermelha continuou a ser vermelha, o pequeno ser jamais voltou.

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