segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

LIDANDO COM PERDAS

A primeira grande perda de que eu me lembro foi quando morreu a minha irmãzinha, Margareth. Ela tinha um ano e um mês, era a rapa do tacho lá de casa, teve meningite e se foi. Questão de uma semana de um diagnóstico que nunca vinha. Naquela época, eu devia ter uns 11 ou 12 anos e adorava brincar com ela. Mas quem ficou inconsolável foi a minha mãe. Muitos anos depois, por algum motivo qualquer, ela caiu em prantos.

__ Você pensa que é fácil, meu filho? Eu perdi dois irmãos, ainda pequenos. Perdi Mariquinhas (outra irmã, que morreu de parto), perdi duas filhas, é muito sofrimento...

Muitos anos haviam se passado. Uma das filhas eu nem conheci: nasceu e morreu antes de mim. Eu só tinha conhecido mesmo a Margareth e a tia Mariquinhas. E o tempo se encarregou de levar aquelas memórias da minha cabeça.

Talvez por uma questão de auto defesa, meu pai também não falou mais nada. Sofreu na época, depois parece que se conformou. E se comportou da mesma maneira quando perdeu meus avós.

Eu tenho falado de felicidade por aqui. Acho que tem a ver com a capacidade de perder também. Quem tem predisposição para a felicidade supera melhor os problemas, por maiores que sejam, do que as pessoas que são sofredoras por natureza, como era o caso da minha mãe.

Post danado de ruim este. Para melhorar, leia José Diniz Só (este é o meu pai) em http://www.talentosdamaturidade.com.br/galeria/detalhe/work/11393

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