quinta-feira, 11 de novembro de 2010

MEUS PROJETOS INACABADOS (2)

Este talvez seja o melhor de todos, mas ainda não encontrei um político que estivesse disposto a fazer. Quando Mario Covas era candidato a presidente da República, concorrendo com Ulisses Guimarães (mais um bipolar, liderou a Constituinte de 88), Brizola, Maluf, Jânio Quadros, Collor e Lula, eu escrevi para ele: "a eleição será ganha na televisão, por mais atuantes que sejam as estruturas partidárias. Não fosse assim, o Collor não poderia estar liderando."

"Então, como se destacar dos outros, Sr. Covas? A solução está em dizer com clareza o que será feito para moralizar. Detalhar, quantificar a moralização. Detalhar, quantificar as obras. O povo já não ouve, não entende, não acredita nas promessas genéricas. Ouvir qualquer político dizer que as prioridades são saúde, educação, transporte etc., soa assim mesmo, como um etc."

POR UM CRONOGRAMA DE GOVERNO - "O povo não quer generalidades, tipo vou acabar com a corrupção. O povo quer radicalismos: vou botar os marajás na rua. Diga então: Serei empossado no dia x. Até o dia y terei demitido tantos mil funcionários públicos ociosos. A indústria x tem até o dia y para deixar de poluir o rio, caso contrário será fechada. Imponha prazos a si mesmo. Assine embaixo. Faça tremer a audiência. A população anseia por um candidato que seja a negação do político tradicional. Apresente um cronograma de moralização do governo."

O Sr. Covas me agradeceu, fez promessas sérias à população, mas não apresentou o cronograma. Experimente dizer para uma garota que você pretende namorar: vou te procurar. Em outra ocasião, diga: passo na sua casa amanhã às 8 horas. Em qual das duas promessas ela vai acreditar mais? É a data que materializa a proposta.

Resultado: Lula e Collor no segundo turno. E o Collor deu no que deu.

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