sábado, 6 de novembro de 2010

MEUS PROJETOS INACABADOS (1)

O negócio era criar algo que não existisse. E que desse dinheiro. Como de médico e louco todo mundo tem um pouco, meu sogro, que era um homem muito estudioso, afirmava com convicção:
__ A juventude está perdida, todos usam tenis, o solado de borracha isola todo mundo da energia da terra. Vão adoecer. Quer se salvar? Pise descalço na areia da praia ou na grama e se reconecte com o universo.
Não tão louco assim: é o conceito de "grounding" da Bioenergética.

Levei a sério aquele ensinamento e criei o VitaSola, um solado de borracha que tinha uns pinos de couro em contato com o chão e com uma palmilha também de couro. Consequentemente, com os pés. Estava resolvido o fluxo de energia e o conforto dos tenis se mantinha. Procurei um agente de marcas e patentes, registrei como modelo de utilidade, registrei até no exterior.

Na época, eu era professor na Escola Superior de Propaganda e Marketing-RJ e resolvi testar o conceito. Pedi aos alunos para fazer um trabalho de lançamento do produto. Surgiram idéias notáveis, inclusive a marca e o desenho dos pinos de couro com a simbologia do yin-yang.

Sabendo que tudo que é novo choca e costuma demorar a ser aceito, eu visitava fabricantes de tenis, levava um não atrás do outro, mas não desistia. Até que consegui uma reunião com o gerente industrial da fábrica da Alpargatas, em São José dos Campos. Negativa simples e definitiva, pelo menos para a época:
__ Se eu introduzir este produto aqui, vou atrasar a produção drasticamente. É difícil, oneroso e lento de fazer.

Restou ao VitaSola uma página de registro no INPI, que fui relembrar agora, quando remexi meus alfarrábios para mudar de apartamento. Mas não joguei fora...

3 comentários:

  1. Marcelo
    Eu rascunho muitos projetos, mas tenho tendência em jogar fora se tempos depois ainda não fiz nada com eles. Uma professora minha dizia paa não se jogar nada fora.
    Quem sabe escreva um livro com seus projetos inacabados? Mas lembre-se de antes registrar todos hehehehe.
    Um abraço

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  2. Sabe Dan? Antigamente eu tinha a preocupação de registrar todas as minhas idéias. Até que um dia quis registrar um novo sistema de jogo - chamava-se "Loteca dos Campeões" e um funcionário do Departamento de Direitos Autorais me disse que a lei só aceitava registros de marcas e patentes (INPI) ou de obras criativas (músicas, livros, etc). Sistemas de negócios a lei não deixa registrar.
    __ Mas por que?
    __ Porque o conhecimento pertence à humanidade.
    Mesmo sem entender direito qual a diferença de um negócio original para um poema original, fiquei com aquela frase na cabeça:
    __ O conhecimento pertence à humanidade.
    Hoje em dia não registro mais nada. Procuro fazer primeiro, só isto. Quem quiser copiar, que copie.
    Mais importante é fazer acontecer. Se alguém tem uma boa idéia, analise bem se é boa mesmo, e corra atrás...

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  3. AMIGO marcelo.Eu não tinha entrado no seu blog,achei ótimo. Como eu já te conheço a muito tempo eu sei do seu valor e fico muito feliz em ser seu amigo.Um grande abraço,
    Nelson Perpétuo

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