domingo, 17 de abril de 2011

POLITICAMENTE INCORRETO

Chamaram um jogador de vôlei que se declara gay de bicha. A torcida do Cruzeiro ficou ameaçada por lei a não comparecer aos jogos por sei lá quanto tempo e o clube pode ser multado.

Francamente, eu não concordo. Já pensou se a torcida do Galo não pudesse chamar o juiz de fdp, bandeirinha de vagabunda e, nos áureos tempos, o Raul de Vanderléia? A torcida também faz parte do jogo e é bom que ela se manifeste. Ou será que vamos nos vestir de escoteiros para aplaudir as boas jogadas sentadinhos, comportadinhos, sem mais nada?

Confesso que essa onda do politicamente correto está me incomodando bastante. Amparada por leis, então, é uma grande ameaça.

4 comentários:

  1. É um pouco complicado discutir isso, pois se eu chegasse no teu blog e te xingasse(o que definitivamente não é o caso) de bicha ou fdp certamente você não ia gostar, nem ia querer respeitar a minha livre expressão calado no seu canto.

    Mas ao mesmo tempo a partida de futebol é a hora e o lugar que as pessoas elegeram pra extravasar a sua energia, botar pra fora o seu estresse do dia-a-dia, deixarem de lado a hipócrita fantasia de serem politicamente corretas. Caso elas quisessem ser cultas e educadas assistiriam uma partida de xadrez, né verdade?

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  2. Caro amigo, não é à toa que sabemos que a verdade tem múltiplos pontos de vista. Sigo explicando o meu:
    Sou idoso e obeso. E alguém poderá gritar na rua, em tom pejorativo:
    __ Olha pra frente, gordo velho!
    Eu poderei ficar chateado, mas é a pura verdade. As palavras existem no Aurélio ou nos dicionários alternativos porque são usadas.
    Se eu não quiser parecer gordo e velho, que pinte os cabelos, faça uma plástica, faça exercícios etc.
    Mas que não vá, hipocritamente, procurar um advogado para acionar na justiça quem me chamou do que eu realmente sou.
    Sem qualquer comparação, apenas como exemplo, quantas palavras você conhece para pênis, vagina, prostituta, gay, ladrão, afrodescendente, fezes, qualquer coisa? Pois é...

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  3. Mas a sociedade é podre, se você pintasse o cabelo e fizesse uma plástica iam dizer: "Olha aquele velho de cabelo pintado, que ridículo. E dá pra ver que ele fez plástica e tá com as pelancas penduradas, e cinta!"

    O que mais ofende - AO MEU VER - não são as palavras, não é a ordem das letras, mas sim a intenção que colocamos nela.

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  4. Eu acho que as palavras podem ser ofensivas sim. Aliás, tem um monte de coisas que acontecem na vida que magoam. E a gente tem que aprender a lidar com isso. Não é tarefa do Estado querer regular as mínimas relações humanas. Já existe Constituição Federal, Código Civil, Código Penal. São mais que suficientes. Exemplificando, numa sociedade mais dependente de si mesma, nem o Código do Consumidor existiria. Se nós deixarmos criarem leis para quem ofende uma pessoa, leis para quem coloca em ridículo um garoto no colégio ou na internet, regulações para o consumo de alimentos
    com açucar, etc etc etc vamos caminhar para a chamada Ditadura do Bem. Nossa liberdade vai sair pelo ralo e vamos repetir, por exemplo, Mao Tsé Tung. Todo mundo com um livrinho na mão, só pode o que ele mandar, intolerância total, liberdade zero.

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