quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

REMÉDIOS E CRIATIVIDADE

Eu tenho uma filha que mora nos Estados Unidos. Como se sabe, a mão de obra é muito cara por lá, então os casais fazem quase todos os serviços de casa sozinhos. Pois bem, um belo dia a Juliana resolveu que tinha de trocar o piso da cozinha. E começou a quebrar aquela joça toda. Cedo descobriu que não conseguiria fazer tudo por ela mesma e, mandona do jeito que é, convocou o marido.
__ Como é que você foi se meter a fazer isso, Juliana? Você é doida!
__ Doida já está provado cientificamente que eu sou. Agora trata de me ajudar a terminar esse piso maldito.

Parece até que a Juju não é bipolar por fator genético. Parece até que é por vocação. Ela já escreveu aqui neste blog que adora ser bipolar. Por que eu estou contando essa história?
Porque eu também estou muito satisfeito com a minha bipolaridade. E não consigo entender muito bem quando vejo alguns colegas falarem que não gostam de tomar os remédios porque perdem a criatividade. O que eu perco são as manias, os estados de euforia. E posso dizer, sem medo de errar, que já criei muita coisa em euforia - nada prestava, nada fazia sentido depois que eu atingia o equilíbrio.

Tanto eu quanto a Juju vivemos das nossas criações. Eu faço planejamentos de comunicação, ela é graphic designer. Nenhum de nós tem a pretenção de ser um Leonardo da Vinci, mas o que fazemos dá bem pro gasto. Então, porque é que o sujeito perde a criatividade medicado? Só se o remédio ainda não é o ideal.

2 comentários:

  1. Sei bem o que dissestes amigo. Crises de euforia só deixam marcas doloridas.
    Descudei-me este ultimo mês e mergulhei de cabeça, o resultado foi uma divida que pretendo quitar ate 2012! Rsrs
    O remédio e exelente, dosado não possui efeitos colaterais, tbm é relativamente barato e nos mantém equilibrados.
    Ainda estou nos meus 21 anos, tenho muito a pecorrer, mas já aprendi que preciso desse remédio pra viver... Digo, viver bem.
    Viva o lítio!!! ;D

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  2. E olha que esse chão quase deu divórcio! Só não deu pelo fato do compromisso, como você escreveu sobre o seu casamento. O compromisso é que faz a gente superar situações difíceis. Quanto ao remédio eu fiquei muito mais criativa depois que comecei a tomar, pois antes não queria sair da cama. Bjs!

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