Está circulando na internet um e-mail criticando fortemente o filme sobre a vida do Cazuza, seu comportamento, a educação que recebeu dos seus pais, a posse e o uso de drogas – tudo. Não fui ver o filme, mas li em “Temperamento Forte e Bipolaridade”, do Dr. Diogo Lara (Ed. Saraiva), que Cazuza era bipolar. Está no capítulo dedicado a celebridades, página 147 e seguintes.
Cazuza foi, na realidade, um bipolar que não se tratou. Não sei por qual razão, pois já existiam tratamentos adequados na sua época. O carbonato de lítio, por exemplo, começou a ser usado pelos psiquiatras na década de 70. Anteriormente ao lítio, muitos outros bipolares encontraram nas drogas – lícitas ou ilícitas – algum alívio para os seus transtornos: Winston Churchill era alcoólatra, fumava e comia doces sem parar. E há inúmeros outros casos famosos: Elvis Presley, Elis Regina, Marilyn Monroe... Alguns até se suicidaram: Hemingway, por exemplo. Era dureza ser bipolar antes da década de 70!
A principal característica do bipolar é a mente inquieta, o que pode provocar desequilíbrio de humor e comportamento. Existem duas soluções, possivelmente ministradas simultaneamente:
- o tratamento químico à base de lítio ou de outros estabilizadores mais modernos;
- a psicoterapia, que trata dos desequilíbrios sociais, familiares ou no trabalho.
E é possível atingir o equilíbrio.
Antes de denegrir personalidades, quem escreveu aquele e-mail deveria se informar melhor.