domingo, 30 de janeiro de 2011

ABSOLVIÇÃO

__ Mas e então, Marcelo, como é que você me diz que tem 39 anos de casado, construiu uma relação duradoura, foi conquistado pela sua mulher quando ainda tinha 21 anos, e agora me vem com essa de jogar olhar de testosterona numa moça que podia ser sua filha?

__ Escuta, e com todos esses apelos que existem por aí, você queria que eu tivesse um pensamento santificado?

Esses dilemas morais existem aos milhões na cabeça de um mundo de gente. E quem nos tira um pouco do peso da consciência é o rabino Nilton Bonder. Veja o que ele escreveu em “A alma imoral” (Ed. Rocco): “um corpo com moral cria um mundo de roupas que veste o nu... O ser humano nu... sabe que, independente do ato concreto da procriação, o cotejar e a sedução nos impregnam do gosto da vida. Sabe que uma boa velhice é aquela que vive dos louros da vida não desperdiçada. Sabe que a frustração e a depressão são sub-produtos do não cumprimento desses desígnios na medida adequada.”

Só tenho dúvidas sobre qual deva ser esta “medida adequada”, mas vamos em frente.

2 comentários:

  1. "Medida adequada" deve ser aquela que te mantem a consciencia tranquila, ou seja, cada um tem a sua medida adequada.

    Essa situação do Marcelo me trouxe alguns questionamentos: Onde começa a traição? Será que o simples fato de olhar pra aquela garota, que tem idade de ser sua filha, já constitui uma traição? Será que algum cristão consegue viver 39 anos de casado tendo SOMENTE pensamentos santificados? Será que uma relação pode ser duradoura apesar de umas olhadinhas carregadas de testosterona?

    Sei lá... Essas coisas de relacionamento são sempre tão complicadas...

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  2. Acho que a traição é um conceito cultural. Aqui há, ali não há.
    Mas, na nossa cultura, a pessoa amada vai se sentir traída se acontecer alguma coisa e se ela for fiel e dedicada.
    __ Eu não fiz tudo pra você? Então, por que?
    Mas o "traidor", ou a "traidora" só se sentirá assim se levar o novo relacionamento a sério. Neste momento, estará traindo a confiança da primeira.

    Quanto aos pensamentos, não há como controlar. A alma é imoral e quem escreveu não fui eu, foi um rabino.

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